Capsulite adesiva ou “ombro congelado”
A capsulite adesiva, conhecida popularmente como ombro congelado, é uma doença que causa inflamação na articulação do ombro e gera dor seguida de limitação dos movimentos do ombro.
A causa da capsulite adesiva está relacionada a fatores genéticos e a reações autoimunes, mas ainda não se conhece exatamente como ela é originada. Sabe-se que ela é muito mais frequente em pacientes com doenças hormonais, como o diabetes e as doenças da tireoide (hipo ou hipertireoidismo), mas pode ocorrer em indivíduos sem essas alterações. Também pode ocorrer em pacientes que permanecem com o ombro imobilizado por período prolongado ou em pacientes com doenças inflamatórias do ombro. A capsulite é considerada uma doença autolimitada, ou seja, que vai curar mesmo sem tratamento. O problema é que essa cura pode levar até 2 ou 3 anos e a dor e as limitações podem ser significativas nesse período.
A capsulite adesiva inicia-se com uma inflamação, mas diferentemente das bursites e tendinites, ocorre na cápsula articular, que é o tecido que reveste toda a articulação. Pode existir algum “gatilho” para o desenvolvimento da capsulite, como um pequeno trauma ou um esforço repetitivo. Mas ela pode ocorrer sem nenhuma causa aparente.
Ocorre em 3 diferentes fases, com características diferentes.:
• 1ª fase - inflamatória: A dor pode ser leve no início, mas em poucos dias ou semanas progride para uma dor muito forte e extremamente limitante, podendo durar até 9 meses.
• 2ª fase - rigidez ou congelamento: Marcada pela perda progressiva dos movimentos do ombro. Ainda pode haver dor nessa fase, mas de menor intensidade. O indivíduo não alcança locais altos que alcançava previamente e perde os movimentos de rotação, não conseguindo colocar a mão nas costas, buscar o cinto de segurança ou prender o sutiã. Pode durar até 12 a 18 meses.
• 3ª fase - descongelamento: Nesta fase o movimento do ombro melhora progressivamente, com a resolução da doença. Apresenta duração muito variável e na maioria dos casos, pode ocorrer uma sequela, com perda final de 15-20% dos movimentos.
Para o diagnóstico precoce é essencial coletarmos uma história clínica detalhada, avaliando os principais fatores de risco e o exame físico minuncioso, que já pode demonstrar uma perda dos movimentos. Exames de imagem como a radiografia ou ultrasonografia não vão demonstrar alterações na capsulite adesiva, mas podem ser úteis para diferenciar de outras causas de rigidez. Na presença de um quadro clínico característico e sendo possível afastar as outras causas não há necessidade de outros exames.
O tratamento é não operatório na imensa maioria dos casos e consegue obter ótimos resultados quando bem realizado. Existem diversas opções de tratamento para cada fase da capsulite. Como princípios gerais, na fase dolorosa devem ser realizados tratamentos para diminuição da dor e inflamação e, na fase de rigidez, o tratamento é voltado para o alongamento e ganho de movimentação. Um erro comum é a de realizar alongamentos de forte intensidade na fase dolorosa, tentativa esta que pode piorar e prolongar essa fase. Dentre as opções de tratamento para a fase dolorosa, estão os anti-inflamatórios não hormonais, corticoides (via oral ou injetável), acupuntura, infiltrações intra- articulares com corticoide ou os bloqueios do nervo-supraescapular. Cada opção tem suas vantagens e riscos e deverá ser individualizada,
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