FRATURAS DO TORNOZELO
O tornozelo é a articulação ente o pé e a perna. Basicamente, o tornozelo é composto por 3 ossos: a tíbia, a fíbula e o tálus.
Anatomicamente, o tornozelo apresenta proeminências ósseas que agregam estabilidade ao tornozelo. Essas proeminências são conhecidas como maléolos. Existem dois maléolos na tíbia (média e posterior) e 1 na fíbula (lateral). Assim, uma fratura de tornozelo pode acometer um (unimaleolar), dois (bimaleolar) ou os três (trimaleolar) maléolos.
A superfície articular distal da tíbia é conhecida como “Pilão”. Geralmente as fraturas do Pilão são mais graves e com outras lesões associadas.
A incidência das fraturas do tornozelo é de aproximadamente 187 fraturas por 100.000 pessoas por ano. Cerca de 66% são unimaleolares, e a maioria das fraturas ocorre em mulheres idosas.
Como ocorre a fratura da tornozelo? Basicamente são dois mecanismos principais.
O mecanismo Torcional, comum no entorse (quando o tornozelo “gira”), conhecido como torsão, como ocorre “ao pisar num buraco” ou ao “desequilibrar de um sapato de salto alto”. Geralmente, nesse mecanismo torcional, ocorre fratura dos maléolos (tíbia ou fíbula).
O outro mecanismo é a compressão Axial, como ocorre nas quedas de altura em que o paciente cai “de pé”. Geralmente, nesse mecanismo axial, ocorre fratura do pilão tibial.
Quais os sintomas? Dor, edema (inchaço) e deformidade do tornozelo, além de incapacidade de apoiar o peso do corpo. A presença de bolhas e a exposição óssea (fratura exposta) também podem estar presentes e inspiram maiores cuidados.
Como é feito o Tratamento Conservador (sem cirurgia)? O tratamento conservador geralmente é indicado em fraturas com pouco desvio (geralmente menor de que 2mm), estáveis, fechadas, de baixa energia, isoladas e sem lesões associadas. O tratamento conservador depende muito da cooperação do paciente e consiste basicamente no uso de imobilizações (na maioria das vezes feitas de gesso) e restrições de carga. O tempo de imobilização depende muito do tipo de fratura. Geralmente gira em torno de 4 a 6 semanas, podendo demorar mais dependendo da fratura e da colaboração do paciente.
Como é feito o Tratamento Cirúrgico? Em grande parte dos casos, o tratamento é cirúrgico. A técnica a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidades. Dependendo do tipo de fratura, pode ser necessária mais de uma cirurgia. Por exemplo, nas fraturas expostas, nas fechadas de alta energia em muitas do pilão tibial, o fixador externo é uma conduta bastante útil no tratamento inicial e, depois de melhora das condições locais, o tratamento definitivo é realizado. Dentre as principais técnicas empregadas para o tratamento definitivo, está a utilização de placas e parafusos. Vale ainda destacar que, em algumas fraturas do pilão, é necessário retardar a cirurgia em cerca de 10 a 14 dias para se evitar as complicações na ferida operatória.
Quais as possíveis complicações? Infecção, síndrome compartimental, Pseudartrose (“osso não cola”), Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, deformidade residual, necrose, hematomas, consolidação viciosa (osso “cola” de maneira não-anatômica), Trombose, embolia, dentre outras.
Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? Logo após a cirurgia, o paciente já inicia a reabilitação fisioterápica. O plano de reabilitação é individualizado de paciente para paciente, pois depende da gravidade da fratura e das lesões associadas. Em fraturas do pilão tibial, é aconselhável a restrição completa de carga por 12 a 16 semanas, seguida por progressão para carga total, desde que haja evidência radiológica de consolidação. Contudo, o retorno às atividades é muito variável, podendo ocorrer em 6 meses ou podendo demorar mais de 1 ano, nos casos graves.
Já nas fraturas mais simples, como nas unimaleolar da fíbula, o retorno geralmente é mais rápido, em torno de 4 a 6 meses. Nos casos mais simples, de acordo com o tolerado, o paciente já consegue apoiar o membro em 2 a 3 semanas. Ou seja, não tem como padronizar, o retorno vai depender de muitas variáveis, principalmente da gravidade da fratura do paciente.
É sempre importante se consultar com um ortopedista.
Duvidas sobre este assunto? entre em contato conosco e ficaremos satisfeitos em ajudar.




